ERVING GOFFMAN:
Cotidiano, Papeis Sociais e as Instituições totais.
Cotidiano, Papeis Sociais e as Instituições totais.
Como explica Gastaldo (2008), a obra do Sociólogo Erving Goffman ainda é pouco trabalhada nas ciências sociais brasileira. Essa situação está relacionada tanto ao fato da abordagem dele ser julgada como empíricista e descomprometida com o debate político, quanto por ser simplificada sob o rótulo de ser uma microsociologia focada nos papeis e interações sociais, colaborando assim para uma inserção marginal desse autor, interacionista, no âmbito da Sociologia brasileira.
Contribuindo com essa situação marginal ocorre
também o problema da falta de traduções para o português, um exemplo disso é
que uma das principais obras que explica seu esquema analítico, o livro “Frame
analysis: an essay on the organization of experience” lançado em 1974, foi
traduzido para o português, somente em 2012. Vale ressaltar também que alguns
autores como David Snow e Robert Benford, autores que tem se detido a
utilização de conceitos Goffmanianos aos estudos dos movimentos sociais, também
não apresentam traduções para o português, caracterizando um quadro que
favorece a marginalização do autor e possibilidades de ampliação do debate sobre
a abordagem sobre problemas sociais contemporâneos.
Nesse sentido, o
presente minicurso visa elencar os principais aspectos da biografia e da
abordagem microssociológica de Erving Goffman, buscando demonstra lá por meio
de categorias como: Cotidiano, papeis Sociais, Instituições totais entre
outras. Para tanto, lançamos mão de um
conjunto de comentadores, de trechos da obra “Manicômios, prisões e conventos” e
de um exemplo de pesquisa de viés Goffmaniano. Como objetivo, o presente minicurso visa estimular
o exercício de problematização sociológica sobre o cotidiano e instituições
tais como: universidades, quartéis, prisões etc., atentando para as dinâmicas
sociais que constituem as mesmas, processos institucionais, relação com a
sociedade, experiência de vida e construções de papeis sociais. As atividades serão desenvolvidas por meio de
exposições dialogadas, debates e exibição de filmes.
Palavras chave: Cotidiano, Papeis Sociais, Instituições.
Número de participantes: mínimo- 5 Máximo - 20
Carga horária: 8h
Referência Bibliográfica
SILVA, Agnaldo José. A construção da Identidade Policial Militar. In: Praça Velho:
socialialização, representações e práticas policiais militares. Goiânia:
Editora da PUC Goiás, 2012. V. 1000. 124p.
Bibliografia Complementar
De LUCCA, D. . Goffman e as mortes da vida social. Plural (USP), v.
16, p. 189-194, 2009.
Local: CSST- UFMA, na IV Jornada de Ciências Humanas.
Local: CSST- UFMA, na IV Jornada de Ciências Humanas.
Métodos Visuais e estudos do Cotidiano
Embora haja uma histórica marginalização do uso da Imagem na
Antropologia e na Sociologia - ao mesmo tempo em que a Fotografia não utiliza
efetivamente as contribuições destas - há defesas sérias de que ambos lados
estão numa área de fronteira e podem se complementar sem perder sua
singularidade, pois trata-se de diferentes meios de apreender uma única
realidade (SAMAIN, 1995). Os processos sociais possuem uma teatralidade
impregnada no cotidiano, na Sociologia a visualidade desses processos é
inevitável. Embora isso não torne, por outro lado, tais processos fotografáveis
nem coloque a câmera fotográfica como um meio fiel de reprodução de informações
sociológicas e antropológicas sem limitações. Ainda assim tais ciências podem
dialogar com a fotografia a partir do momento em que seus limites e
possibilidades são clarificados, pois se os métodos visuais não contribuem
inteiramente para a observação o fará para a indagação (MARTINS, 2008). Com
observações, tanto a microssociologia como a Antropologia Visual podem
apropriar-se da imagem como meio, não de se chegar ao real, mas ao menos de
contemplar seus quadros interpretativos e as lógicas do cotidiano. A fotografia
não congela um momento, não mostra o que efetivamente está lá, mas aponta para
uma interpretação da realidade. Ela não é um congelamento, é uma visão, ao
mesmo tempo em que o cotidiano é acumulo de aparentes trivialidades, que tecem
episódios maiores das relações sociais. O presente minicurso visa, portanto,
elencar os principais aspectos da biografia e da abordagem microssociológica de
Erving Goffman sobre os estudos da vida cotidiana utilizando análises e métodos
visuais. Por outro lado busca problematizar a imagem como fonte de pesquisa,
capaz de fornecer elementos para o entendimento das relações da vida cotidiana
apontando as especificidades desse método dentro das Ciências Sociais. A
metodologia consiste em aula expositiva dialogada, análise de imagens,
atividade prática com fotografia e a discussão do documentário “Jean Rouch:
subvertendo fronteiras” onde é possível perceber que o cineasta e antropólogo
aponta não com sua teoria, mas com sua práxis, a possibilidade de diálogo entre
a visualidade e a oralidade. Busca-se, então, a partir do documentário e demais
meios, facilitar o entendimento dos conceitos goffmanianos, relacionando-os aos
métodos desde os utilizados por Malinowski às novas formulações dos métodos
visuais.
Palavras chave: Métodos Visuais - Vida Cotidiana – Erving Goffman ––
Microssociologia – Antropologia Visual.
Bibliografia para consulta
MARTINS, José de Souza. A
fotografia e a vida cotidiana: ocultações e revelações. In: Sociologia da
fotografia e da imagem. São Paulo, Contexto, 2008.
De LUCCA, D. . Goffman e as mortes da vida social. Plural (USP), v. 16, p. 189-194, 2009.
GASTALDO, Édison Gastaldo. Goffman e as relações de poder na vida cotidiana. Rev. bras. Ci. Soc. [online]. 2008, vol.23, n.68 [cited 2014-08-23], pp. 149-153
NUNES, João Arriscado. Erving Goffman, a Análise de Quadros e a Sociologia da Vida Quotidiana. Revista crítica de Ciências Sociais, Coimbra : Jun. 1993 p 33-49
SAMAIN. Etienne. “Ver” e “dizer” na tradição etnográfica: Bronislaw Malinowski e a fotografia”. In: Porto Alegre: Horizontes Antropológicos, v.1, n.2, jul./set. Porto Alegre: UFRGS, 1995. p.23-60
GOFFMAN, Erving. La Ritualización de la feminidad. In: GOFFMAN, Ken (Org.). Los Momentos y sus Hombres. Barcelona: Península, 1991. p. 135-168
De LUCCA, D. . Goffman e as mortes da vida social. Plural (USP), v. 16, p. 189-194, 2009.
GASTALDO, Édison Gastaldo. Goffman e as relações de poder na vida cotidiana. Rev. bras. Ci. Soc. [online]. 2008, vol.23, n.68 [cited 2014-08-23], pp. 149-153
NUNES, João Arriscado. Erving Goffman, a Análise de Quadros e a Sociologia da Vida Quotidiana. Revista crítica de Ciências Sociais, Coimbra : Jun. 1993 p 33-49
SAMAIN. Etienne. “Ver” e “dizer” na tradição etnográfica: Bronislaw Malinowski e a fotografia”. In: Porto Alegre: Horizontes Antropológicos, v.1, n.2, jul./set. Porto Alegre: UFRGS, 1995. p.23-60
GOFFMAN, Erving. La Ritualización de la feminidad. In: GOFFMAN, Ken (Org.). Los Momentos y sus Hombres. Barcelona: Península, 1991. p. 135-168
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