terça-feira, 19 de outubro de 2010

A objetividade do Conhecimento nas Ciências Sociais


Por: Jesus Marmanillo Pereira

            O texto A objetividade do Conhecimento nas Ciências Sociais de Max Weber representa antes de tudo, uma demonstração de avanço espitemológico e de conquista de   autonomia da Sociologia, em um período em que as revistas cientificas tinham papel  fundamental para construção e institucionalização dos das áreas de conhecimento. Nesse sentido Max Weber, através da revista , Arquivo para a Ciência Social e Política Social , expõe sistematicamente uma defesa de uma teoria e método capaz de favorecer a objetividade do conhecimento nas Ciências Sociais.

            De modo geral, podemos afirmar que, o autor aponta fragilidades da perspectiva econômica e da ciência pautada em leis gerais e esquemas explicativos descritivos. Demonstra a tensão que pode haver quando se tenta transplantar métodos das Ciências naturais para as Ciências Sociais.

         Afirmando que ―o domínio do trabalho cientifico não tem por base as conexões objetivas entre coisas mas as conexões conceituais entre problemas‖ (WEBER, 1997) o autor lança forte crítica as tradições econômicas, marxistas, apontando as mesmas seriam incapazes de alcançar um conhecimento da realidade segundo o significado cultural historicamente significativo para nós. O método proposto pelo autor toma as leis gerais, não como resultado, mas sim, como ponto de partida onde o pesquisador deve analisar e expor os agrupamentos individuais contextualizando os mesmos com fatores historicamente dados e com suas combinações concretas e significativas.

       Diante desta etapa, restaria um resgate histórico a fim de verificar relações conceituais e depois aprofundar a analise avaliando inclusive possibilidades para o futuro. Contrariando leis gerais e explicações coletivas, Max Weber sinalizar um raciocínio interpretativa que considera a relação entre cultura, valor e significado para o individuo. 

          Max Weber demonstra que, quanto mais gerais e abstratas foram as leis explicativas, mais distantes ficam de contribuir para compreensão da significação de fenômenos culturais. Nesse sentido, longe de caracterizar uma mera descrição quantitativa ou função prática, as ciências sociais estariam preocupadas com os aspectos qualitativo dos fatos, por isto preocupada com a formação teórica dos conceitos para a análise da realidade cultural.

          Como exemplo de ―imaturidade conceitual o autor se remonta a casos em que se tomam idéias como se fossem realidades, considerando, algumas vezes, conceitos e/ou tipo ideais como meios de apreciação avaliadora do real. Nesse sentido expõe que, a importância do ―tipo ideal‖ e de sua utilização correta para o entendimento do fenômeno estudado, ou seja, os tipos ideais não são validades empíricas, são ferramentas de construção de conceitos e aproximação com o objeto para posteriormente a efetivação de análises.

          Para o autor ―a objetividade do conhecimento no campo das Ciências Sociais depende antes do fato empiricamente dado estar constantemente orientado por ideais de valor que são as únicas a conferir-lhe valor de conhecimento...‖(Weber, 1997). Dessa forma percebe-se que no processo de conexão causais entre conceitos é a bem mais amplo, pois depende de valores e sentidos atribuídos por indivíduos, ou seja, não podem ser explicados se considerarmos unicamente, os estudos gerais com caráter de leis.

Referência Bibliográfica
4) WEBER, Max. A ―objetividade‖ do conhecimento nas ciências sociais [1904].
In: Max Weber: sociologia.(Gabriel Cohn org.). São Paulo : Ática, 1982. (Grandes

Cientistas Sociais; 13) p.79-127.

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