terça-feira, 21 de setembro de 2010

Qual a diferença entre Durkheim, Karl Marx e Max Weber?

Por: Por Pedro Jorge Chaves Mourão *







Uma vez me deparei com essa pergunta na Internet. “Qual a diferença entre Durkheim, Karl Marx e Max Weber?”. Vi a seguinte resposta:

Émile Durkheim (Épinal, 15 de abril de 1858 — Paris, 15 de novembro de 1917) é considerado um dos pais da sociologia moderna. Durkheim foi o fundador da escola francesa de sociologia, posterior a Marx, que combinava a pesquisa empírica com a teoria sociológica. É reconhecido amplamente como um dos melhores teóricos do conceito da coerção social.Partindo da afirmação de que "os fatos sociais devem ser tratados como coisas", forneceu uma definição do normal e do patológico aplicada a cada sociedade.

Karl Heinrich Marx (Tréveris, 5 de maio de 1818 — Londres, 14 de março de 1883) foi um intelectual alemão considerado um dos fundadores da Sociologia. Também podemos encontrar a influência de Marx em várias outras áreas tais como: fil
osofia, economia, história já que o conhecimento humano, em sua época, não estava fragmentado em diversas especialidades da forma como se encontra hoje. Teve participação como intelectual e como revolucionário no movimento operário, sendo que ambos (Marx e o movimento operário) influenciaram uns aos outros durante o período em que o autor viveu.Atualmente é bastante difícil analisar a sociedade humana sem usar seu pensamento como referência, mesmo que a pessoa não seja simpática à ideologia construída em torno de seu pensamento intelectual, principalmente em relação aos seus conceitos econômicos.

Maximillian Carl Emil Weber (Erfurt, 21 de Abril de 1864 — Munique, 14 de Junho de 1920) foi um intelectual alemão, jurista, economista e considerado um dos fundadores da Sociologia. Seu irmão foi o também famoso sociólogo e economista Alfred Weber e sua esposa a socióloga e historiadora de direito Marianne Schnitger.A análise da teoria weberiana como ciência tem como ponto de partida a distinção entre quatro tipos de ação
:A ação racional com relação a um objetivo / A ação racional com relação a um valor/ A ação afetiva / A ação tradicional

Achei a resposta muito simplória para acreditar que era só isso que os diferenciavam. Lembrei de quando eu era pequeno e via televisão o dia inteiro. Aquela caixa mágica era meu vinculo com a sociedade para além do meu lar.

Na escola nunca fui o mais popular, nem fui bom em esportes. Hoje dou boas gargalhadas lembrando que as moças só falavam comigo para pedir as respostas das questões de matemática ou para pedir uma caneta.

Aos poucos fui me tornando mais introspectivo e aquela caixa mágica foi se tornando uma referência para mim. Já adulto comprei um computador e isso significou muito para meu trabalho. Então, meio que troquei a TV pelo computador, vale lembrar que os livros nunca perderam sua função para mim. Minha mãe uma vez me pegou literalmente com o rosto na tela da TV, ela me perguntou o que eu via ali, eu respondi que via pontos vermelhos, azuis e verdes.
Esses pontos ficaram na minha memória. Como podem 3 cores conseguirem mostrar todo o mundo?

Entrei na Universidade e descobri Marx, Durkheim e Weber, Os 3 porquinhos. Na minha mente de alguma forma eu associei as cores aos autores, Marx era vermelho, Durkheim era Azul, e Weber era verde.

Sempre vinculei o pensamento de Durkheim a busca da harmonia na sociedade, já Marx eu associava a transformação, a busca pela ruptura de velhos paradigmas, e Weber para mim era alguém que buscava os sentidos e os rumos que a sociedade poderia ter.

Como três pensamentos distintos podem ter o poder de descrever o mundo? Eu achava isso incrível e por vezes tentei desconstruir as “casas dos 3 porquinhos” com o lobo mal da realidade. Mas sempre uma das “casas -teorias” deles ficava em pé.


Analogia que eu fazia com o conto dos três porquinhos, que cada um construiu uma casa de material diferente buscando se resolver o mesmo problema, o lobo mal que para mim era a realidade, que destrói todo e qualquer idealismo ou pretensa visão de mundo que tente confinar a realidade.

Mas aquelas cores?

Depois descobri que aqueles pontos eram pixels, e que cada um deles contém as três cores: azul, verde e vermelho e que combinando tonalidades dos três pontos é possível exibir pouco
mais de 16.7 milhões de cores diferentes. Foi então que as coisas começaram a fazer mais sentido.
Da mesma forma que somente três cores tinham a capacidade de representar a realidade, os clássicos conseguiam representar de alguma forma uma teoria social que mostraria a realidade nem que fosse de maneira desbotada.

Entendi que a habilidade das três teorias clássicas consiste justamente na capacidade delas de serem distintas entre si. Assim como na história dos três porquinhos, duas das três casas poderiam cair, mas pelo menos uma vai ficar de pé e dar conta do recado de pelo menos igualar força com a realidade cruel do lobo mal.

______________________________

* Possui experiência na área de Ciência Política, com ênfase em História Política em específico na temática da Representação Símbólica no Poder Legislativo. Atualmente, sou mestrando em sociologia pela Universidade Federal do Ceará. Estudo a formação do habitus político dos deputados da Assembleia Legislativa do Ceará, e sou Membro do Laboratório Grupo de Estudos da Conjuntura e das Idéias Políticas (GECIP-UECE).

Texto extraído do http://cienciasocialceara.blogspot.com/ em 21/09/2010 as 22:40


4 comentários:

Nicolau da Romênia disse...

A diferença é que Marx e Durkheim são capitalistas Judeus!

Anônimo disse...

nossa que legal !!

Anônimo disse...

\o/ legal ... acho bacana o jeito que abordou sobre os tres sociologos !

Mônica Rodrigues disse...

Estou fascinada! me apaixonei por seu modo de observar as coisas, simples e objetivo,parece ver o mundo em 3D. Oxalá todos os professores do mundo fossem assim e tivessem essa sua percepção! estou fascinada!