sábado, 15 de janeiro de 2011

Cantos de Trabalho (Leon Hirszman;1975-1976)[1]

Data: 1975-76
Diretor: Leon Hirszman
Produção:Brasil
Tema: Obra narrada por Ferreira Gullar que investiga o valor cultural das canções cantadas por trabalhadores no interior do Brasil
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Links para Download:


Cacau (1976)
Legenda em Português
Legenda em Francês


Cana de Açucar(1976)
Legenda em Português
Legenda em Francês



Multirão(1975)
Legenda em Português
Legenda em Francês


Sobre o Diretor :

Segundo Helena Salen [2], Leon Hirszman foi um dos fundadores do Cinema Novo, movimento que começou a se esboçar no início dos anos 60 e se firmou ao longo daquela década, agrupando jovens diretores que renovaram temática e artisticamente a produção cinematográfica brasileira. A interação de Hirszman com esse movimento foi sempre de tal ordem que hoje, decorridos dez anos de sua morte, ele ainda é lembrado por seus pares como um elemento aglutinador, ou, nas palavras de Cacá Diegues, "O maior articulador que o cinema brasileiro já teve" e um "exemplo de convivência universal", como proclama Nelson Pereira dos Santos. Esse reconhecimento põe em relevo características muito especiais desse artista que sempre se mostrou preocupado em pensar a cultura brasileira e que ao longo de três décadas transitou pelas diferentes esferas da nossa vida cultural.

Filho de judeus poloneses que emigraram para o Brasil nos anos 30, Leon Hirszman nasceu num subúrbio da Zona Norte do Rio de Janeiro em 1937. Apaixonado por música popular e pelo cinema desde garoto, formou-se no entanto em engenharia. Leitor ávido de novas idéias, passou do socialismo lírico para o marxismo e a militância comunista. Mas o racionalista, que amava o debate e o discurso claro e convincente, era também um ser humano apaixonado e até místico. Essa contradição fez dele um criador de múltiplas faces, do que dá testemunho sua filmografia, onde se alinham obras A falecida, Garota de Ipanema, São Bernardo, Eles não usam black-tie exemplos da melhor ficção cinematográfica, e documentário como ABC da greve, Partido alto, a série intitulada Cantos de trabalho, um apanhado da diversidade musical do Brasil, e, sobretudo, Imagens do inconsciente, uma trilogia que incursiona pelos universos interiores revelados pelas atividades artísticas de três freqüentadores do setor de Terapêutica Ocupacional fundado e dirigido pela Dra. Nise da Silveira no Centro Psiquiátrico Pedro II do Rio de Janeiro.

Esta biografia, que restitui em toda a sua integridade a figura do cineasta Leon Hirszman, é o resultado de um meticuloso trabalho de pesquisa empreendido pela jornalista e escritora Helena Salem. Com a experiência adquirida na elaboração de Nelson Pereira dos Santos: O sonho possível do cinema brasileiro, já em segunda edição, e de 90 anos de cinema: uma aventura brasileira, Helena Salem logo se deu conta da necessidade de fazer o mesmo percurso interdisciplinar do seu biografado. Daí que, além de consultar o vasto material de imprensa da época, a bibliografia pertinente e os filmes do diretor, entrevistou dezenas de interlocutores de Leon Hirszman: diretores de cinema (Walter Lima Jr, Nelson Pereira dos Santos, Cacá Diegues, Eduardo Escorel, Bernardo Bertolucci, entre outros), atores (Fernanda Montenegro, Othon Bastos), músicos (Caetano Veloso, Edu Lobo), fotógrafos (Lauro Escorel, Luís Carlos Saldanha), economistas (Maria da Conceição Tavares), filósofos (Leandro Konder), psicanalistas (Joel Birman), psiquiatras (Nise da Silveira), além de familiares e amigos. Os testemunhos dessas pessoas permitiram à autora matizar a personalidade e o pensamento desse artista que deixou uma obra extensa, variada e fascinante. Obra que é estudada com apurado senso crítico por Helena Salem - o que enriquece extraordinariamente o seu livro e o torna indispensável para se conhecer um período importante da cinematografia nacional.

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[1] Filme extraído do blog: http://filmespoliticos.blogspot.com/search/label/Antropologia
[2] Biografia extraída do site: http://www.editoras.com/rocco/022039.htm





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