quarta-feira, 15 de setembro de 2010

(Breve) Introdução da Critíca a Economia Política

Por :Jesus Marmanillo Pereira


Dialogando principalmente com a Economia clássica, Karl Max, na Introdução a Crítica à Economia Política, problematiza a análise econômica feita sobre os elementos que compõem o processo da produção. Para tal, lança mão do método da Economia política, no sentido de escapar de explicações sintéticas e simplistas.

No plano de fundo dessa discussão há uma forte crítica ao pensamento Hegeliano, no sentido de problematizar a percepção da “realidade” através de um trabalho, profundo, de reflexão das categorias. Nas Palavras de Marx “Hegel caiu na ilusão de conceber o real, como resultado do pensamento que se sintetiza em si (...) enquanto que o método consiste em elevar-se do abstrato ao concreto, não é senão a maneira de proceder do pensamento para se apropriar do concreto, para re reproduzi-lo como concreto pensado” (p.17)

Em sua análise da produção, este autor percebe que os economistas separam a produção em etapas distintas (Produção, Distribuição e Consumo) construindo um esquema explicativo unilateral, fundamentado em Leis naturais da economia (liberal). Desconstruindo dialeticamente esse esquema explicativo, Karl Marx demonstra que a relação entre essas etapas da produção são muito mais complexas, apresentando quase sempre uma relação de duas vias, que pode ser bem exemplificada no caso da Relação entre Produção e Consumo - “a produção é também imediatamente consumo” (p.8).

Contrariando a idéia de independência dos processos, é demonstrada também, a relações entre Produção e Distribuição. Para Karl Marx a distribuição é pensada não só nos produtos da produção, mas também no próprio processo de produção e na forma como cada produtor se insere no mesmo - nesse sentido a Distribuição pode ser interpretada também como um fator de produção.

Com relação entre Troca e Circulação, o autor inicia o texto afirmando que, “a Circulação é um determinado momento da troca ...” (.14) e segue demonstrando que em todos os momentos da produção há a existência da troca, seja de capacidades, atividades, de produtos de acabamento ou entre comerciantes. Dessa forma, é presente a idéia de uma totalidade complexa em que, cada momento da produção mantém sempre relação com outros momentos, Sendo necessário assim, analisar cada situação, tendo em vista um contexto mais amplo.

Por fim, o autor explica o método da Economia Política, enfatizando a importância de buscar as determinações que compõem as sínteses explicativas, ou seja, entender o “concreto” como resultante de outros fatores e também como ponto de partida da análise, contrariando as naturalizações da economia e /ou abstrações explicativas distantes do campo empírico.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

MARX, Karl. “Para a Crítica da Economia Política” in: MARX, Karl. Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural,1991 (Introdução à crítica da economia política)

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei, bem simples mas didático